Minha
entrevista vai ser com o chefe Rony. Quero saber dele como é ser um chefe, e
ainda pedi para contar como é sua rotina e os motivos que o levaram a ter
entrado para o movimento escoteiro.
Carlos: Como você
conheceu o movimento escoteiro?
Chefe Rony: O movimento
escoteiro entrou na minha vida desde criança, pois foi vendo na TV a forma que
o movimento escoteiro age, que essa vontade foi crescendo dentro de mim, e por
falta de oportunidades não tive a honra de atuar como jovem. Em um belo dia, passeando pelo
centro de Barbacena, vi uma movimentação diferente na Praça Conde Prados. Chegando
mais de perto, percebi que se tratava de um encontro escoteiro e, no primeiro
contato com um dos chefes, percebi que poderia não ser tão fácil assim a inclusão
do meu filho no Ramo Lobinho. Em um belo dia em uma corrida em que eu estava
ajudando na organização aqui em Barbacena, consegui algumas inscrições que
deveriam ser direcionadas a crianças e eu não sabia como fazer isso. Foi quando
me indicaram o chefe Alaor, com o qual começou, assim como um namoro, onde ele
me prometeu que na primeira oportunidade que houvesse, ele indicaria o nome do
meu filho. E assim foi, acabei me tornando chefe e a família toda está nessa
jornada.
Carlos: Há quanto
tempo você é chefe?
Chefe Rony: Posso dizer
que sou "fiote", pois agora dia 25 de maio completarei um ano da
minha promessa.
Carlos: O que
exatamente um Chefe faz?
Chefe Rony: Nós chefes
somos aqueles que atuam diretamente com os jovens, somos o elo entre a teoria e
a prática. Incentivamos e acompanhamos o desenvolvimento de cada jovem,
coletivamente e, muitas vezes, individualmente. Nós preparamos as atividades de
forma que os jovens se sintam motivados e desafiados. Nós, chefes, somos uma
ferramenta muito importante pela qual o Escotismo acontece e que possibilita
que o jovem seja o protagonista e o foco do Movimento Escoteiro.
Carlos: Por que
você escolheu o Ramo Sênior?
Chefe Rony: Na verdade,
acho que o Ramo Sênior me escolheu (risos). Um dia, eu recebi a ligação do
chefe Giovanni me informando, no sistema de “dedocracia”, que eu faria parte do
Ramo Sênior a partir da próxima reunião, pois a mesma estava precisando de
alguém com as minhas características para ajudar a K2 (chefe Krisnan). Daí, sem
muita escolha (risos), eu tive que fazer um telefonema para cancelar a encomenda
da fantasia de Baloo que eu havia encomendado em BH e fui pra reunião. Hoje não
me vejo mais sendo de outro Ramo.
Carlos: Como você
aplica as lições de vida profissional na função de chefe?
Chefe Rony: Isso é
fácil. Aonde eu trabalho, acumulo muitas experiências de várias cidades e
lugares diferentes que frequento, viajo muito, então isso me dá bagagem. Eu
tento ser bem simples e uso muito o coração para aplicar minhas atividades,
sempre tendo como base o método escoteiro. E pra ser bem honesto, eu tento me
por no lugar do jovem e busco em minhas lembranças de quando jovenzito,
meus anseios e desejos, e aí é só juntar tudo e deixar aflorar. Acho que tenho
dado sorte.
Carlos: Dentre
tantas lições e aprendizados, quais foram os maiores ensinamentos que o
Escotismo te trouxe?
Chefe Rony: Nesses
últimos 360 e poucos dias, eu posso dizer que mais aprendi do que ensinei. O
movimento, como o próprio nome diz, “Movimento”, serve pra isso, faz com que a
gente se reinvente, reflita muito antes de propor alguma atividade, faz pensar
no jovem como se fosse um ente querido, então posso dizer que o exercício de
amar é um, senão o melhor aprendizado que o Escotismo me trouxe.
Por Calos Eduardo